Especialistas que participaram da abertura de seminário sobre empreendedorismo digital e o futuro do trabalho, na Câmara dos Deputados, afirmaram que o desafio de criar um ambiente favorável para as novas tecnologias no Brasil, como a inteligência artificial (IA) generativa, deve vir acompanhado do aumento da inclusão digital da população.
O debate, realizado nesta terça-feira (10) de manhã, foi organizado pelas comissões de Trabalho; e de Indústria, Comércio e Serviços. O evento foi solicitado pelo deputado Lucas Ramos (PSB-PE). O evento prossegue à tarde.
O secretário-executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Tadeu Alencar, afirmou que os formuladores de políticas públicas precisam ter consciência do impacto das novas tecnologias sobre as relações de produção e emprego.
Ele reconheceu que a digitalização da economia vai elevar a produtividade das empresas, porém isso pode ter um custo para a sociedade. “É um momento de oportunidades, mas também é um mundo de muitas incertezas, muitos riscos”, disse Alencar.
Para a coordenadora-geral de inovação tecnológica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Cristiane Rauen, o momento é de cautela pelos efeitos adversos dos avanços tecnológicos, mas também de oportunidades para os empreendedores, principalmente para alavancar a produtividade.
Desigualdades
Ela lamentou que a adoção das novas tecnologias de informação (TI) pela indústria brasileira ainda seja baixa. Apenas 13% delas usam sistemas de IA, apesar de o Brasil ser hoje o 10º mercado mundial de TI e o segundo país em termos de permanência da população na internet.
“Hoje, 75% das startups de IA são brasileiras. E, apesar de todo esse contexto, nossas empresas ainda registram um percentual bastante baixo de adoção das novas tecnologias”, disse Cristiane Rauen. “Temos de ver isso como uma janela que se abre”, completou.
Digitalização da economia
Lucas Ramos, presidente da Comissão de Trabalho, reforçou que o desafio do Brasil é criar um ambiente favorável à tecnologia e aos novos negócios e, ao mesmo tempo, combater a exclusão social.
“Aqueles que não têm acesso a tecnologias estão automaticamente fora desse contexto, fora do processo”, afirmou o parlamentar.
Ele acrescentou que o seminário busca lançar uma luz sobre a digitalização da economia e as relações de trabalho, de modo que o Parlamento possa estabelecer a melhor regulação possível sobre o assunto.
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