A Polícia Federal de Campinas (SP) investiga um esquema de importação, fabricação e comercialização irregular de agrotóxicos. Na manhã desta quarta-feira (30), dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos por meio da operação Terra Limpa.
Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas e estão sendo cumpridos na cidade de Taquaritinga (SP). Os alvos são a residência e a empresa do investigado, que é apontado como responsável por fabricar fertilizantes agrícolas.
A apuração começou em junho de 2024, depois que uma grande quantidade de agrotóxico rotenona importada irregularmente da China foi apreendida no Aeroporto Internacional de Viracopos.
De acordo com a PF:
"Rotenona é uma substância que pode ser importada no Brasil para fins de fertilizantes e controle de pragas, especialmente controle de pragas, mas tem que ter autorização do controle de quantidade, destinação, quem está importando isso", detalhou Edson Geraldo de Souza, chefe da PF.
"Essa empresa estava importando isso de forma irregular e declarando que se tratava de pigmentação de cor. Pela característica, poderia passar dessa forma como se fosse o pigmento para fazer tinta, para fazer uma determinada tinta, e na verdade não é, é realmente essa substância química utilizada em controle de pragas".
Além das buscas, a polícia também deve realizar a fiscalização detalhada dos produtos e insumos utilizados na fabricação dos fertilizantes na empresa do investigado. O objetivo é apurar o uso irregular de agrotóxicos nas mercadorias disponibilizadas aos consumidores. A Polícia Federal ressalta que o que for apreendido será encaminhado para a delegacia de Campinas.
"Diferente do tráfego de drogas, onde as pessoas podem optar por consumir ou não, esses produtos têm que ser altamente controlados porque as pessoas estão ingerindo na alimentação diária sem saber o que realmente contém esses agrotóxicos ou fertilizantes utilizados na agricultura, por isso a fiscalização".
"E o que foi apreendido hoje, as equipes ainda estão em campos analisando. Inclusive, há uma fiscalização administrativa em conjunto com o Ministério da Agricultura para verificar a qualidade desses produtos", completa. Segundo o delegado, a pena pode chegar a 15 anos de reclusão por representar risco à saúde humana.
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