A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quinta-feira (6), com 10 votos favoráveis e nenhum contrário, a indicação do diplomata Rodrigo de Azeredo Santos para o cargo de embaixador brasileiro na Noruega e, cumulativamente, na Islândia. A indicação agora vai para análise do Plenário do Senado.
A embaixada brasileira na Noruega é encarregada da representação brasileira junto ao governo islandês, pois o Brasil não possui embaixada ou consulado na Islândia.
O relator da indicação ( MSF 11/2024 ) feita pelo Executivo é o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Na reunião da CRE, o relatório foi lido pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), como relator substituto (ad hoc).
Na sabatina na comissão, Santos destacou que a Noruega foi convidada para participar das reuniões do G20, grupo das economias mais importantes do mundo e que está sendo presidido pelo Brasil neste ano. Segundo ele, o país nórdico é um “facilitador de diálogo” e compartilha valores com o Brasil em relação à política internacional.
— Uma característica também é a semelhança dos nossos princípios, digamos assim, de política externa: comprometimento com o multilateralismo, o comprometimento com a solução pacífica de conflitos, a resolução da paz, a cooperação internacional. Isso tudo são princípios que também aproximam os dois países e possibilitam ações conjuntas no cenário das relacões internacionais — declarou.
Sobre a agenda ambiental e do clima, o diplomata declarou que a Noruega tem relevante participação nos recursos do Fundo da Amazônia para a preservação do bioma.
— Compartilhamos também essas ideias de que os objetivos de desenvolvimento sustentável têm também que estar aliados ao combate à pobreza, à fome e [em prol] da promoção do desenvolvimento. É uma agenda muito importante bilateral que Brasil e Noruega já vêm trabalhando — disse.
Na reunião, Esperidião Amin mencionou a evolução tecnológica “fantástica” da Noruega e afirmou que isso engrandece a missão diplomática brasileira no país.
Nascido em 1966, Rodrigo de Azeredo Santos tem graduação em economia e em ciências políticas. Concluiu mestrado em diplomacia e relações internacionais, em 1990, e ingressou no Itamaraty em 1992.
Entre as funções desempenhadas na carreira diplomática, atuou nas embaixadas do Brasil em Moscou, Washington, Buenos Aires e Londres. Em 2003, foi assessor especial de Assuntos Federativos e Parlamentares. Também foi embaixador brasileiro em Teerã, no Irã entre 2017 e 2020; e em Copenhague, na Dinamarca, entre 2020 e 2024.
De acordo com o relatório de Mourão, as relações entre Brasil e Noruega são amistosas, assentadas em valores compartilhados e pautadas por respeito mútuo. Em 1905, o Brasil foi um dos cinco primeiros países a reconhecer a independência do Reino da Noruega.
Nos últimos anos, os contatos entre governos, empresas e indivíduos de ambos os países têm se intensificado, conferindo dinamismo ao relacionamento bilateral.
Brasil e Noruega mantêm parcerias nas áreas de energia, ciência, tecnologia, educação e meio ambiente. Uma série de acordos em vigor estabelece iniciativas bilaterais em temas como pesquisa e desenvolvimento no setor de petróleo e gás; aquicultura e recursos pesqueiros; cooperação econômica e entre administrações aduaneiras; e tributação.
O fluxo comercial entre o Brasil e a Noruega, em 2023, registrou total de US$ 2 bilhões, com queda de 13% em relação a 2022. O superávit a favor do Brasil ficou em US$ 687 milhões.
As relações consulares com a Islândia datam de 1923, com relações diplomáticas estabelecidas em 1952. De população pequena, o país é uma república parlamentarista. O setor de serviços representa a maior parte da renda da economia islandesa. Em 2023, o fluxo de comércio com o Brasil foi de US$ 210 milhões.
O saldo comercial bilateral é tradicionalmente favorável ao Brasil. O país exporta aos islandeses principalmente alumina, insumo fundamental para a indústria pesada islandesa. Do lado das importações, os islandeses fornecem, em especial, peixes e frutos do mar, artigos manufaturados diversos e alumínio.
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