A Polícia Federal (PF) de Campinas incinerou 722 quilos de drogas que foram apreendidas pela corporação, o maior volume de entorpecentes incinerado de uma única vez pela PF desde 2019. Cerca de 650 quilos, 90% do montante, foram apreendidos durante ações de fiscalização de bagagens e passageiros no Aeroporto Internacional de Viracopos. Entre as substâncias destruídas estão cocaína, maconha, N-etilpentilona, haxixe, metanfetamina, MDMA, LSD, tetracaína, cafeína, lidocaína, medicamentos e anabolizantes. O volume apreendido é resultado de 203 ocorrências investigadas pela PF.
A operação de incineração reforça o compromisso da instituição no combate ao tráfico internacional de entorpecentes e ao crime organizado transnacional. A incineração realizada nesta semana é a primeira deste ano e ocorreu em Nova Odessa, em processo acompanhado pela Vigilância Sanitária e seguindo os protocolos de segurança, com uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Desde 2019, três toneladas de drogas e substâncias ilícitas foram destruídas pela PF de Campinas.
“Nossas incinerações são pequenas em relação a outras unidades da PF do estado que incineram toneladas, mas as apreensões aqui são diferentes das demais. Elas são em pequenas quantidades em razão do número e do meio de transporte que há em Viracopos”, comentou o delegado-chefe da PF campineira, Edson Geraldo de Souza.
As apreensões em Viracopos são resultado de fiscalização conjunta entre a PF e a Receita Federal, com apoio do canil da Guarda Municipal (GM) e do 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep). A PF deflagrou em março de 2023 a Operação Sentinela. Na época, o quadro funcional da PF foi ampliando e intensificado para atuar 24 horas do dia e sete dias da semana (de segunda a domingo). Durante o ano passado, a Operação Sentinela, que terminou no dia 31 de dezembro, resultou em 51 flagrantes, com 55 pessoas presas, 29 homens e 26 mulheres, e 261 quilos de drogas apreendidos, sendo 113 quilos de cocaína e 148 quilos de skunk, a supermaconha. Entretanto, a droga incinerada nesta semana também era oriunda de processos anteriores da corporação.
De acordo com o quadro cronológico de incinerações da PF, em 2019 a corporação realizou duas no ano, com um total de 318 quilos de drogas. Na época, o volume foi resultado de 228 ocorrências. Em 2020, auge da pandemia, houve apenas uma incineração no ano, com 476 quilos.
Em 2021, foram 272 quilos, já que no ano anterior os aeroportos foram impactados pela pandemia de covid-19. Com as atividades normalizadas a partir do segundo semestre de 2021, em 2022 as apreensões começaram a aumentar. Isso resultou na incineração de 706 quilos de objetos apreendidos. Naquele ano, foram três ações. Em 2023 houve uma ação em maio que incinerou 580 quilos.
2024
A partir deste ano, a PF deu início à Operação Portão 8, que já resultou na prisão de novas pessoas em janeiro e na apreensão de um grande montante de drogas cujo valor em massa ainda é calculado. A expectativa da PF é que as apreensões aumentem, já que é esperada, ainda para o primeiro trimestre de 2024, a ampliação da fiscalização com o uso de um scanner corporal que será doado para a corporação.
O equipamento tem o objetivo de agilizar o controle de traficantes no aeroporto. Com ele, segundo adiantou Souza, será possível pegar pessoas suspeitas e também fazer fiscalizações aleatórias. O seu uso vai facilitar o trabalho dos agentes e também aumentar a capacidade de fiscalização e segurança na aviação.
Paralelo a isso, a PF também prevê o aumento de servidores, transferindo policiais e servidores da PF de atividades administrativas para a fiscalização. "Nós temos um planejamento em andamento para aumentar o efetivo terceirizado do controle migratório e, com isso, liberar policiais para a atividade de fiscalização", disse o delegado em entrevista anterior ao Correio Popular. “Com certeza neste ano vamos aprender muito mais”, avisou.
Das drogas apreendidas em Viracopos, o principal destino é a Europa. Geralmente, o entorpecente é encontrado amarrado no corpo, escondido na mala ou engolido. Os aviões cargueiros também são alvos de organizações criminosas.
Em 2020, a PF campineira desarticulou uma associação criminosa que atuava dentro do terminal de cargas aliciando funcionários do aeroporto para obter informações e facilitar a logística do tráfico de drogas. Entre os presos estavam um policial militar e um policial civil. Na época, o trabalho desencadeou a Operação Overload.
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