SÃO PAULO - Familiares de integrantes do PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL, (PCC) têm procurado a polícia para pedir proteção por causa do racha na cúpula da facção criminosa.
O conflito, considerado histórico, preocupa autoridades e já deixa rastro de sangue em cidades paulistas.
O racha é provocado por uma disputa de poder entre MARCO WILLIANS HERBAS CAMACHO, o MARCOLA, a maior liderança do PCC, contra antigos aliados que já fizeram parte da alta cúpula da facção.
Todos estão isolados no SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL.
"Familiares e comparsas desses integrantes têm procurado a polícia pedindo proteção", afirmou o promotor LINCOLN GAKIYA, do GRUPO DE ATUAÇÃO ESPECIAL DE REPRESSÃO AO CRIME ORGANIZADO (GAECO), do MINISTÉRIO PÚBLICO de SÃO PAULO (MPSP).
Segundo GAKIYA, que é tido como a principal referência no combate ao PCC no país, os parentes e supostos comparsas só podem receber PROTEÇÃO POLICIAL se colaborarem com alguma investigação.
"Eles precisam entrar no "PROGRAMA DE PROTEÇÃO À TESTEMUNHA".
Para isso precisam ter uma delação ou uma informação
relevante para responsabilização de outros criminosos", disse.
RACHA NO PCC
O racha histórico no PCC acontece após MARCOLA ter a liderança contestada por
outros três chefões da facção: [ROBERTO SORIANO, o TIRIÇA, ABEL PACHECO DE ANDRADE, o ABEL VIDA LOKA, e WANDERSON NILTON DE PAULA LIMA, o ANDINHO].
O principal motivo do conflito seria um diálogo gravado entre MARCOLA e POLICIAIS PENAIS FEDERAIS na PENITENCIÁRIA FEDERAL DE PORTO VELHO (RO).
Na ocasião, o líder máximo do PCC afirma que TIRIÇA seria um "PSICOPATA".
A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de TIRIÇA, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da PSICÓLOGA MELISSA DE ALMEIDA ARAÚJO.
A fala de MARCOLA teria sido interpretada pelos antigos aliados como uma espécie de delação.
Outros líderes históricos também tomaram partido e se voltaram contra MARCOLA, segundo GAKIYA.
Entre eles, estão DANIEL VINICIUS CANÔNICO, o CEGO, e REINALDO TEIXEIRA DOS SANTOS, o FUNCHAL.
De acordo com o promotor, MARCOLA já teria dado a ordem para expulsar do PCC e decretar a morte dos antigos aliados. Por sua vez, os dissidentes também deram ordens para expulsar e matar o chefão da facção.
"É uma disputa pelo poder", disse GAKIYA.
Por redação
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