A Polícia Federal (PF) encontrou duas rádios clandestinas em Campinas (SP) e Indaiatuba (SP), na manhã desta terça-feira (26), durante uma operação para reprimir crimes contra telecomunicações. Duas pessoas foram presas em flagrante.
De acordo com a corporação, foram cumpridos um mandado de busca e apreensão em Campinas e dois em Indaiatuba. As rádios foram fechadas. Nos locais, foram encontrados equipamentos eletrônicos e documentos.
A rádio pirata encontrada em Campinas ficava no bairro Chácara Recanto da Colina Verde, improvisada próximo a uma estufa. A transmissora seria de um líder religioso, mas a polícia ainda não tem detalhes sobre o conteúdo transmitido.
A de Indaiatuba estava localizada no Jardim Morada do Sol e, segundo a polícia, já foi alvo de outras investigações. No local, havia muitos aparelhos relacionados a transmissão de rádio e discos de vinil na parede, usados como decoração.
"A gente já tem outros inquéritos aqui que apuravam a mesma conduta de manter o funcionamento de forma clandestina por essa mesma pessoa. A gente vai continuar trabalhando. Ele está aumentando cada vez mais a ficha dele, infelizmente", comentou o delegado Fernando Marciano Golia.
Os equipamentos usados para a radiodifusão foram apreendidos e serão periciados. Ainda de acordo com o delegado, eles não eram homologados. As investigações também devem apurar se outras pessoas estavam envolvidas.
Em coletiva de imprensa, Marciano detalhou os riscos que as rádios clandestinas podem oferecer. "A gente tem que lembrar que a Polícia Militar, a Polícia Civil, os atendimentos de urgência, o SAMU [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], Corpos de Bombeiro, todos fazem uso de radiofrequência para se comunicar".
"Então, uma rádio operando clandestinamente, sem uma fiscalização e sem a obrigatoriedade de efetivamente estar obedecendo o regramento que é feito pela Anatel, ela pode causar uma interferência em todas essas comunicações", destaca.
O delegado destaca que as rádios clandestinas ainda podem interferir na transmissão das que atuam de forma regular, além de afetar sinais de TV. Outro problema está relacionado à confiança da informação transmitida para a população, uma vez que muitas dessas transmissoras podem atuar de forma anônima.
A investigação integra uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Ministério Público (MP) e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para coibir atividades irregulares de radiodifusão.
A operação é a segunda fase da ação que recebeu o nome de Frequência Negativa. Na primeira, em janeiro, a rádio descoberta interferir na faixa de frequência utilizada pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Os locais fechados nesta terça, segundo a polícia, também podem causar as mesmas interferências.
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