Durante a semana em que o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo é celebrado, a Secretaria Municipal de Educação (SME) enfatiza o trabalho essencial realizado pelas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) parceiras do município.
Com destaque para a Associação dos Amigos do Autista (AMA), que administra o Centro Educacional Maria Lúcia de Oliveira (CEMA), a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e a Associação Renascer, entidades que desempenham um papel fundamental ao atender cerca de 134 crianças com transtornos diversos por meio de oficinas educativas complementares.
De acordo com o Censo Escolar 2023, divulgado em fevereiro, o Brasil conta com 636 mil alunos diagnosticados com autismo, representando um aumento de 48% em relação ao ano anterior. Especialistas atribuem esse crescimento à maior acessibilidade ao diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e à conscientização dos profissionais de saúde e educação sobre os transtornos do neurodesenvolvimento.
Escolas e OSCs, que atuam como suporte pedagógico ao ensino regular, têm importante papel no trabalho de identificação, uma vez que é nesses ambientes que a criança interage durante boa parte do seu dia. Para educadores que convivem esse tempo com a criança é mais fácil observar e identificar os sinais característicos de TEA.
Atualmente, segundo a coordenadora pedagógica da AMA, Gabriele Patero Borges, o CEMA atende 70 educandos laudados com TEA, para os quais são ofertadas oficinas de letramento e matemática, arte, educação física, capoeira, musicoterapia, informática e atividades da vida diária (AVD).
“Fico feliz com o trabalho que nossa equipe vem desenvolvendo junto a Secretaria de Educação, oportunizar a essas crianças um espaço de interação social e desenvolvimento das habilidades necessárias para uma vida de inclusão. Acompanhar esse processo de evolução delas é maravilhoso e muito significativo”, diz Gabriele Borges.
Já a APAE de Rio Preto atende hoje 51 alunos, 38 com TEA e 13 com Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) - distúrbio mental bastante complexo em que há a presença de duas ou mais identidades.
“As oficinas educativas complementares tiveram início na APAE em janeiro de 2023 como contraturno escolar, em parceria com a SME visando ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos alunos da rede de ensino. Esta parceria foi idealizada para atender alunos de TEA e TDI”, informa a coordenadora da APAE, Suzanne Heitor de Oliveira.
A entidade funciona em sistema de oficinas, priorizando matemática, linguagens/arte, história, psicomotricidade, nutrição, sensorial e AVD. Segundo Suzanne de Oliveira, o foco principal é o Currículo Funcional Natural, que visao propiciar aos alunos maior autonomia e independência. O projeto tem capacidade para atender até 48 alunos com TEA e 80 com TDI.
A coordenadora Suzanne elogia a iniciativa da secretaria em promover encontros formativos na Swift. “Em relação às reuniões de Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), consideramos ser de grande valia, pois adquirimos novos conhecimentos, além da troca de experiências entre as OSCs participantes “, diz Suzanne Oliveira.
Na Associação Renascer, que tem como público-alvo alunos com deficiência intelectual, e múltiplas deficiências, existem 13 alunos matriculados com faixa etária entre 6 e 12 anos.
Na Renascer, as atividades são desenvolvidas seguindo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Currículo Paulista e Currículo Funcional Natural. Os alunos são agrupados por idade e nível cognitivo para um atendimento direcionado, que contribui para a construção do Plano de Atendimento Individualizado (PAI).
Para o coordenador pedagógico do AEE, José Francisco de Souza Filho, o atendimento trabalha a criança como um todo. “A gente trabalha para desenvolver estratégias para que haja uma modulação, uma regulação dessa criança, para que o cérebro consiga absorver os estímulos, processar e conseguir dar uma resposta adaptativa”, explica José Francisco.
De acordo com o coordenador da Renascer, existe um projeto para a construção de um novo prédio de 802,10 m² com 20 salas de atendimento, sanitários e espaço de convivência para a realização de serviços de saúde e de educação para pessoas com TEA, ampliando assim o número de vagas.
Essas parcerias entre as OSCs e a Secretaria Municipal de Educação (SME) são fundamentais para promover uma educação inclusiva e acessível a todos os alunos, independentemente das suas necessidades especiais. O engajamento e dedicação das equipes envolvidas refletem um esforço conjunto para garantir que cada criança receba o apoio necessário para alcançar seu pleno potencial.
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