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O Ministério Público de São Paulo junto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Militar deflagrou, nesta terça-feira, 16, uma operação que resultou na captura de três vereadores suspeitos de fraudar licitações em diversas regiões do estado paulista.
A ação é um desdobramento da Operação Fim da Linha, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro em empresas de ônibus a mando do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC).
Foram expedidos mandados de busca e apreensão em 42 endereços, e outros 15 de prisão temporária, todos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos.
Os vereadores presos são Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel; e Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos.
A defesa de Queixão afirmou ao g1 São Paulo que solicitará a revogação da prisão temporária e que ele está como averiguado e não como suspeito. Já os advogados de Luiz Carlos disseram à Folha de S.Paulo que não iriam comentar sobre a prisão.
A Câmara Municipal de Santa Isabel e a Prefeitura de Ferraz afirmam que estão colaborando com as investigações.
Ricardo de Oliveira, conhecido como Ricardo Queixão, é natural de Guaçuri (ES) e é vereador de Cubatão, na Baixada Santista, desde 2012, quando foi eleito com 2.099 votos.
Na companhia de Queixão foram presos o advogado Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho, que atuou na defesa do traficante André do Rap e trabalhava no Legislativo municipal, e uma servidora pública da Prefeitura de Cubatão.
No ano passado, o vereador foi denunciado em um processo relacionado a abuso de poder para beneficiar, supostamente, a eleição de um candidato ao Conselho Tutelar de Cubatão. O vereador teria pedido, em plenário, votos para Alex Ferreira dos Santos, um dos candidatos a uma das 14 vagas no conselho. O TJ-SP decidiu em favor da nomeação do conselheiro eleito.
O vereador Luiz Carlos Alves Dias, conhecido como Luizão Arquiteto, é natural de Três Lagoas (MS) e comerciante no ramo imobiliário em Santa Isabel desde 1988.
Atualmente, o emedebista está no seu terceiro mandato como vereador desde 2012. Além disso, já presidiu a Câmara Municipal entre os anos de 2013-2014 e 2019-2020.
Conhecido como Inha, Flavio Batista de Souza é empresário paulistano e tem 57 anos. Está cumprindo seu terceiro mandato na Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos. No pleito de 2020, arrecadou 1.843 votos.
Conforme os investigadores, o grupo de políticos e empresários presos possuía diversas empresas e atuava forjando concorrência para vencer licitações e firmar contratos com diferentes prefeituras para contratação de mão de obra terceirizada.
O desempenho deles no sistema tinha o apoio e participação de servidores públicos, dentre eles, vereadores.
O Ministério Público não informou, contudo, quais eram os serviços prestados pelos terceirizados e em quais setores atuavam, no entanto, afirmou que os contratos somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos.
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