O Ministério Público de São Paulo identificou indícios de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tenha se infiltrado nas Organizações Sociais (OS) que gerenciam grande parte dos órgãos de saúde no estado de São Paulo.
Os promotores suspeitam que a facção criminosa também tenha investido dinheiro e obtido sucesso em licitações por meio das OSs, que prestam serviços no estado. Essa informação foi revelada à CNN por fontes ligadas à investigação.
Nas últimas semanas, o Ministério Público concentrou suas operações em dois focos relacionados ao PCC: o envolvimento nas licitações de transporte público, especialmente no serviço de ônibus na cidade de São Paulo, e os contratos de limpeza urbana em cidades da região metropolitana e do interior do estado, especificamente na região do Alto Tietê.
A apuração da CNN indica que o governo do estado, sob a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu sinal verde para uma investigação completa sobre as conexões entre o PCC e as instituições, incluindo o próprio governo, prefeituras e câmaras municipais.
Nos últimos anos, as OSs têm ganhado espaço na capital e no interior, assumindo a gestão de hospitais importantes que atendem à população.
A tese dos promotores é que, nesses locais, o grupo criminoso também tenha investido dinheiro para vencer licitações. Mesmo que os serviços sejam efetivamente prestados, a facção atua por meio de pagamento de propina a funcionários públicos e uso de intermediários.
Até o momento, 19 pessoas foram presas e 94 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas operações “Fim da Linha” e “Munditia”. O objetivo dos investigadores é sufocar financeiramente o PCC, que continua utilizando empresas para lavagem de dinheiro proveniente de atividades criminosas.
Os negócios feitos pelas empresas já superam os R$ 5,5 bilhões, mas deve aumentar ainda mais quando localizados os contratos supostamente fraudados na área da saúde.
Até agora, 19 pessoas foram presas, 26 denunciadas e 4 seguem foragidas.
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