O Dia Nacional de Educação de Surdos e o Dia Nacional de Libras, a Língua Brasileira de Sinais, são comemorados em 23 e 24 de abril, respectivamente. Em São José do Rio Preto, há um serviço especializado para atendimento aos deficientes auditivos, surdos e surdo-cegos. É a Central de Interpretação de Libras (CIL), vinculada ao Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiência, da Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial.
Desta segunda-feira, 22/4, até quarta-feira, 24/4, a série de reportagens "Caminhos da Inclusão" vai abordar os avanços, os desafios e os serviços prestados pela Prefeitura de São José do Rio Preto para esse público. Também vai trazer depoimentos emocionantes dos intérpretes, que atuam diretamente com os usuários. Segundo dados do módulo Pessoas com Deficiência, da Pnad Contínua 2022, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), 1,2% da população brasileira relata dificuldade para ouvir.
Atualmente, o Departamento atende cerca de 410 pessoas em três tipos de atendimento: presencial, remoto e in loco ou externo, no qual os usuários agendam e os intérpretes os acompanham em agências bancárias, equipamentos públicos, atendimentos médicos ou entrevistas de emprego. No presencial, o deficiente auditivo, surdo ou surdo-cego vai até o departamento para receber o auxílio. Para o atendimento remoto, são feitas chamadas de vídeo e os intérpretes atuam no sentido de promover ou facilitar a comunicação entre os usuários e pessoas ouvintes.
A equipe de intérpretes de Libras da CIL é composta por: Domingos Nunes Carvalho Filho, Alfredo Ferreira de Freitas Neto e Eliani Fernandes Briz. Na Secretaria de Saúde, há duas intérpretes para acompanhar os pacientes em consultas, atendimentos e procedimentos médicos: Emily Nycole Ribeiro de Oliveira e Magali Aparecida de Souza.
“Muito mais do que uma equipe profissional, eles têm uma missão, pois, além do dia a dia, fazem trabalho voluntário, estão prontos para socorrer um surdo que precisa de atendimento médico à noite, acolhem em casa, se necessário, comemoram o aniversário de um usuário cuja família não faz nada. Então, eles merecem todas as homenagens”, afirma a responsável pelo Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiência, Sueli Aparecida Facundim de Melo.
Segundo artigo publicado no site da hand talk, ferramenta de acessibilidade, a diferença entre surdes e deficiência auditiva é a profundidade da perda auditiva. As pessoas que têm perda profunda são surdas. As que sofreram perda leve ou moderada, deficientes auditivas. Isso do ponto de vista clínico. Culturalmente, porém, se uma pessoa faz parte da comunidade surda, ela se identifica como surda e não considera a surdez como deficiência, mas como uma forma diferente de experienciar o mundo. Sob esse aspecto, quem não pertence ao grupo, é considerado deficiente auditivo. Já o termo surdo-mudo não deve ser usado, pois muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar.
Usada por pessoas surdas e ouvintes para a comunicação, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no Brasil em 2002 (Lei Federal nº 10.436/02). Com estrutura e gramática próprias, é uma língua visuoespacial, ou seja, formada por gestos, expressões faciais e corporais. Cada país tem sua própria língua de sinais, que incorpora ainda regionalismos.
A Libras é derivada da língua de sinais francesa, pois, em 1855, o professor francês Eduard Huet fundou, a convite de D. Pedro II, a primeira escola para surdos no país. A instituição mudou de nome, mas funciona até hoje no Rio de Janeiro como Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), promovendo avanços na educação de surdos e na formação e qualificação de profissionais no campo da surdez.
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