Doze representantes de partidos políticos compareceram ao evento “Desmistificando a Política: Mulheres e Representatividade Étnico-Racial” e responderam à pergunta: “Que ações seu partido tem feito ou pretende fazer para o aumento da representatividade e da atuação feminina e negra na política?”.
Cada uma teve seis minutos para trazer o posicionamento do seu grupo. O encontro aconteceu nesta quarta-feira, 24/4, no Ibilce/Unesp. Além da universidade, o evento foi promovido pelo Conselho Municipal Afro (CMA) e pelo Comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Rio Preto.
Durante a abertura, a presidente do CMA, Claudionora Elis Tobias, citou o movimento Pula pra 50, do Mulheres do Brasil, que tem por objetivo “aumentar a representação feminina na política”.
Na sequência, a professora e vice-diretora do Ibilce/Unesp, Monica Abrantes Galindo, usou a palavra para dar as boas-vindas às representantes de partidos e ao público em geral. “Desmistificar significa destituir o caráter místico ou misterioso, significa desnudar daquilo que mistifica, engana ou embeleza de maneira falsa”, disse. A docente trouxe números da representatividade das mulheres no Brasil, “ocupamos a 145ª posição em ranking de países, com 14,8% de representação feminina na política”, e das mulheres afrodescencentes: “28% da população, mas somente 2% no Congresso Nacional”.
Atualmente, segundo dados da Agência Câmara, apenas 18% das cadeiras no Congresso Nacional são ocupadas por mulheres. Na Câmara de Rio Preto, esse percentual é de somente 11%, já que há somente duas mulheres entre os 17 vereadores. Por outro lado, as mulheres são maioria do total populacional, 51,5%, de acordo com o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Senado, a bancada feminina foi instalada em 2021 e trabalha para romper o sexismo estrutural na política brasileira.
Ao final da fala, Monica trouxe duas mulheres negras brasileiras que foram e são expoentes em suas áreas de atuação: Antonieta de Barros, professora e parlamentar negra pioneira que criou o Dia do Professor; e Benedita da Silva, deputada constituinte e primeira senadora negra. O evento foi marcado nesta quinzena, pois nesta sexta-feira, 26/4, Bené, como é carinhosamente chamada, faz 82 anos.
Durante as falas, representantes de doze partidos políticos – Avante (Aquila Camilo), Novo (Sandra Reis Machado), PCB (Lenina Vernucci da Silva), PL (Danila Azevedo), PCdoB (Merli Diniz), PSDB (Amena Ferraz), PT (Celi Regina da Cruz//Eni Fernandes/ Lila Santiago), Rede Sustentabilidade (Lilian da Silva Gomes), PDT (Juliana Campos), PSOL (Luciana Fontes), Solidariedade (Elis Bohrer/Gabriela Carolina) e Republicanos (Cléa Rodrigues) – discorreram sobre ações em andamento ou projetos para aumentar representatividade e atuação feminina e negra na política.
A professora Monica encerrou o encontro dizendo que novas ações devem ser promovidas pelos realizadores do evento durante este ano de eleições municipais. “Trago a frase da escritora Zora Neale Hurston, do livro ‘Seus Olhos Viam Deus’: ‘É preciso ter poder para libertar as coisas, e isso faz de você um rei ou qualquer coisa parecida’”.
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