Gustavo Henrique Cardoso, de 7 anos, foi encontrado morto dentro da própria casa, na manhã desta segunda-feira (6), em Vinhedo (SP). Ele tinha sinais de tortura: estava deitado em cima de uma cama sem roupas, com marcas de amarras nos punhos, pés e braços, além de sangramento nos olhos e nariz. A criança vivia com a madrasta e o pai; ambos foram indiciados por homicídio qualificado.
A criança foi encontrada morta por policiais após a denúncia de uma tia, que mora na casa dos fundos da família. Ela disse que o irmão pediu ajuda durante a madrugada porque a criança estava passando mal. A mulher alega que tentou prestar os primeiros socorros, mas o menino não resistiu e morreu. Então teria sido ameaçada pelo irmão a não acionar as autoridades.
Durante a manhã, após ter certeza que o casal havia fugido e não estava na residência, ela disse à polícia que saiu da própria casa e procurou uma delegacia. Os agentes foram até o local e encontraram a criança morta em cima da cama de um quarto.
Segundo a perícia da Polícia Civil, o menino foi vítima de tortura e tinha lesões antigas. Ele estava completamente nu, com marcas de amarras, com diversos ferimentos e sangramento nos olhos e nariz. Imagens que o Portal Band Multi teve acesso mostram que a criança estava com diversos ferimentos e com sinais de desnutrição.
Desde que nasceu o menino morou com diversas pessoas da família, afirmam as autoridades. A mãe dele diz que teve depressão pós-parto e não pode cuidar da criança. Ele morava com uma tia, mas recentemente passou a viver com o pai e a madrasta, que está grávida de 6 meses.
Em entrevista à Band Mais, uma testemunha próxima à família disse que a madrasta maltratava a criança. Inclusive, ela teria deixado o menino amarrado e fazia ele comer comida do lixo. Ainda, os familiares dizem ter denunciado o caso ao Conselho Tutelar.
Procurada pela Band Mais, o órgão confirmou que a família passou a ser acompanhada e foram realizados os devidos encaminhamentos. Em nota, o Conselho explica que “seria necessário que se esgotassem todas as possibilidades junto à família, sendo assim diante de tamanha negligência, daríamos continuidade comunicando o fato ao Ministério Público”.
O caso foi registrado como homicídio triplamente qualificado, com agravante de tortura, na Delegacia de Polícia Civil de Vinhedo (SP).
Nota do conselho Tutelar
'O Conselho Tutelar de Vinhedo vem por meio desta esclarecer, com um profundo pesar, o ocorrido de hoje (06/05/2024).
Recebemos denúncias de maneira anônima sobre a criança Gustavo Henrique Cardoso onde o teor da denúncia era que Gustavo sofria maus tratos.
A família passou a ser acompanhada por este Órgão onde foram realizados os devidos encaminhamentos.
Infelizmente, na data de hoje, fomos surpreendidos com essa fatalidade ocorrida contra Gustavo e, esclarecemos que, para que medidas como a perda da guarda fosse realizada, seria necessário que se esgotassem todas as possibilidades junto à família, sendo assim diante de tamanha negligência, daríamos continuidade comunicando o fato ao Ministério Público.
O colegiado lamenta com profundo pesar o ocorrido. Também estamos indignados, com um sentimento imensurável de profundo pesar.'
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