O Conselho Municipal Afro (CMA) de São José do Rio Preto conduziu uma reflexão sobre o significado do dia 13 de maio com as crianças atendidas na Casa de Eurípedes. O diálogo aconteceu em dois momentos: de manhã e à tarde. A instituição acolhe 223 meninos e meninas de 6 a 13 anos, no contraturno escolar, com atividades esportivas, artísticas, lúdicas e oficinas pedagógicas.
O objetivo da ação foi promover um momento de construção sobre a abolição da escravatura em 1888 e seus impactos, especialmente a falta de leis e políticas públicas para integrar a população negra liberta na sociedade. Além disso, a palestra visou fortalecer a negritude e mostrar a importância do engajamento na luta antirracista. “A população negra deve ocupar postos decisórios, de poder e de autoridade. O 13 de Maio é uma data para reflexão e fomentar este diálogo com as crianças e adolescentes é de extrema importância, pois atuamos na base, para que se tornem adultos melhores”, afirmou a presidente do CMA, Claudionora Elis Tobias, que coordenou a ação junto com a conselheira Bianca Zaniratto.
As crianças participaram ativamente do diálogo, fazendo perguntas e compartilhando suas perspectivas. “Hoje vimos a importância de valorizar tudo que os africanos passaram. Talvez ainda exista racismo e precisamos combatê-lo”, disse Taylline Lopes Pereira, de 11 anos. “Brancos e negros, todos somos iguais, não importa a cor. Somos todos bonitos”, completou Izabelly Regina Costa dos Santos, de 9 anos. “Temos de tratar a todos igualmente”, acrescentou Arthur Gabriel Pereira Jacometto, de 10 anos.
A Casa de Eurípedes atende 223 crianças de 6 a 13 anos, em parceria com as Secretarias de Educação e de Assistência Social, beneficiando um total de 206 famílias beneficiadas. Este mês, o projeto completa 42 anos e conta com quatro pedagogos, psicóloga, assistente social, auxiliares de cozinha e limpeza, monitores e estagiários, além de professores de xadrez e judô, cedidos pela Secretaria de Esportes e Lazer.
“O 13 de Maio é uma data para refletir sobre os efeitos de quase 400 anos de escravização, pois a população negra ainda sofre os impactos. É crucial conscientizar as crianças, orientá-las para que não haja discriminação com base em cor de pele, gênero ou orientação religiosa. Na instituição, abordamos todos esses temas. Além das oficinas pedagógicas, temos oficinas temáticas, incluindo uma de cultura de paz. Discutimos e refletimos sobre adversidades sociais com as crianças, plantando a semente para os adultos de amanhã”, afirmou o coordenador pedagógico da Casa de Eurípedes, Cayo Cesar Oliveira Ribeiro.
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